sexta-feira, 20 de maio de 2011

http://www.pedagobrasil.com.br/bocanotrombone/brasiltemfome.htm

texto que encontrei da Fernanda Sal..." 
Governantes esquecem de investir em um projeto primordial: conhecimento humano.

A grande discussão brasileira está relacionada à redução da maioridade com o intuito de inibir a criminalidade. O que a sociedade não consegue perceber, talvez até por conta da carência de um bom ensino público, talvez até por conta da carência de um bom ensino público, no qual a maioria das crianças estuda, que condiciona a nação a aceitar e acatar as mais adversas e estúpidas normas e leis.

Para iniciar um bom combate à violência, deve-se, primeiro educar a população, fornecendo conhecimento necessário para os cidadãos dominarem pelo menos a língua portuguesa fluentemente, além, claro, de saber quais são os limites que a sociedade impõe. Lembrando sempre que o Brasil é um país (neo) liberal e, como rege a Constituição em países cujo liberalismo é o sistema adotado: "a liberdade de cada cidadão vai até onde começa a liberdade alheia". Isso significa que a legislação nacional não domina os princípios que determinam o próprio sistema político - principalmente os dirigentes dos "direitos humanos", que acreditam piamente que só os "foras da lei" são detentores desse tipo de direito.


Bom, se uma saída para a criminalidade é a educação, então se deve começar pela estrutura das escolas. Os nossos governantes devem começar acabando com a educação continuada das escolas públicas (esse sistema não existe nas escolas particulares). Afinal, hoje a criança não vai à escola, não estuda, perturba os poucos alunos que querem aprender e, ainda, passam de ano. Não é incoerente isso? Pois então, isso acontece e ninguém fala nada, quer dizer, fala sim, muitos alunos falam aos professores "- você não pode me reprovar mesmo!". Então, o primeiro passo é modificar a legislação do sistema educacional.


Depois, torna-se imprescindível que as escolas tenham computadores - obviamente, com acesso a Internet - e professores capacitados para manuseá-lo e transmitir esse conhecimento aos alunos; outro hábito que precisa ser incentivado é a leitura, logo, bibliotecas equipadas com livros, revistas e, principalmente, jornais se tornam muito importante. Feito tudo isso, o governo deve fornecer reciclagens anuais para os docentes e tempo para que eles possam freqüentar essa oportunidade de aprimorar seus conhecimentos.


Ora, se já temos escolas, professores capacitados, equipamentos e biblioteca. Então, precisamos da colaboração dos pais. Afinal, esses pais também precisam de uma reciclagem, nada adiantaria o filho ter todo esse aparato na escola e não ter o incentivo dos familiares. Mesmo porque, se esses pais ignorarem a importância da educação para as crianças do Brasil, não incentivarão os filhos a estudarem e se dedicarem. Nesse sentido então, a escola ainda será um local de aprendizado para os pais. Um dos maiores crimes que os pais e, até mesmo, os professores cometem é o de falar aos filhos (ou alunos): "vocês precisam estudar porque têm prova amanhã". Quando na verdade, toda criança precisa estudar para ter um propósito na vida, sabe àquela velha história de estudar para ser alguém? Então, é isso.


Um bom entendimento entre pais e mestres só acarretará em lucros para o aluno. É necessário que os responsáveis pela criança saibam como é o sistema educacional, o que visa, como o professor vai aplicar o conteúdo programático durante o ano letivo. Esse espaço serve também para que haja um debate (produtivo e construtivo), para que o docente saiba quais as carências, necessidades, particularidades que cada pai detecta em seu filho. Sendo assim, teremos pais e mestres centrados em um mesmo objetivo: a ascensão da criança através das principais bases - a família e a educação.


Nesse caso, já temos crianças empenhadas em aprender, pais incentivando e incentivados com o futuro dos filhos, professores capacitados e infra-estrutura nas escolas. Precisamos, agora, que as leis brasileiras sejam cumpridas e, especialmente, que a população exija isso dos governantes. Se um cidadão está preso por ter cometido uma infração, nada mais justo que ele cumpra e, nesse intervalo, trabalhe e estude dentro das penitenciárias ou das unidades da Febem. Assim, quando esse infrator sair terá dois valores primordiais, o primeiro é o de ter noção da importância do saber (conhecimento produtivo) e o segundo está relacionado à acuidade do labor.

Bom, então já temos crianças que estudam e penitenciárias que reintegram criminosos à sociedade. Então, já temos um País com um excelente sistema educacional, em todos os aspectos, sendo assim nossos governantes podem se preocupar com outros problemas nacionais. Ressaltando que, se existem cidadãos devidamente educados (em todos os sentidos), supõe-se que a economia brasileira progredirá, afinal, o desemprego e a violência diminuirão e o turismo, conseqüentemente, aumentará.
Agora você compreendeu a necessidade de qualquer projeto político não vai dar certo? Porque é imprescindível começar pela base: a educação. Chego a acreditar que a maior fome de grande parte da população brasileira tem é a do conhecimento. Depois de tudo isso feito, com certeza até a renda per capta aumentará, inclusive a dos professores!

 "

domingo, 1 de maio de 2011

professor Lauro de Oliveira Lima, verdadeiro Mestre da Educação


O conheço muito mais por seus pensamentos, lendo seus textos antes mesmo de ser estudante de pedagogia, do que pela convivência. Mas a partir de poucos momentos, quando tive a honra de ser seu aluno em um curso de formação na chave, quando o convidamos e o recebemos na PUC para proferir uma palestra e quando me recebeu em seu quarto-laboratório na Chave para comentar ( e graças a Dus- ufa- elogiar ) minha monografia, pude perceber que é um ser humano maravilhoso!!!!! Agora, em termos de Lauro de Oliveira Lima como como um Pensador Brasileiro, sei que tenho muito mais legitimidade para tecer algumas afirmações pois apesar de não dominar plenamente todo seu conteúdo, confesso que li quase tudo de sua vasta obra literária mais de uma vez. Por isso eu tenho plena convicção de fazer algumas considerções ineqúivocas a seu respeito: 1- Lauro de Oliveira não é só um dos maiores pensadores que o Brasil já teve, talvez seja o mais versátil e com certeza, pela complexidade e pela dimensão criativida da sua obra, é "hors concours" no ramo dos mais incompreendidos e polêmicos. 2- Se 1/3 do que o professor Lauro apregoava já na década de1960 fosse aplicado nas politicas publicas educacionais do Brasil e co- executado nas escolas, a Coréia do Sul não seria o modelo de "revolução na educação", os Exportadores de Pedagogia seríamos nós! 3- Se1/5 fosse aplicado o Brasil seria outro país, com menos violência, com certeza mais justo e com uma população muito mais inteligente e esclarecida, que não toleraria imbecilidades, inclusive nos duelos políticos internos e internacionais. Por tudo isso que eu disse, e por tudo que não posso dizer nestas poucas palavras, digo de novo: Parabéns PrôLauro!! Que Dus abra sempre seus caminhos, te dê Saúde no Corpo, te dê Paz no Espírito e te dê Amor no Coração !!!! Obrigado por tudo que já fez, tenho orgulho de ser um Pedagogo Brasileiro, por sua causa!!! Pablo Amaral Mandelbaum.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Ótima bibliografia tirada do fomededucacao

Lauro de Oliveira Lima











Lauro de Oliveira Lima Natural de Limoeiro do Norte, no Ceará, o educador Lauro de Oliveira Lima nasceu em 12 de Abril de 1921, ano em que, como ele próprio assinala, o paulista Lourenço Filho no Ceará, a convite do Governador Justiniano Serpa, para reformar o ensino elementar e instalar o Instituto de Educação, e em que, na Suíça, Jean Piaget publicava sua primeira obra sobre o desenvolvimento da inteligência na criança. A primeira escola em que estudou foi a do mestre Zé Afonso, que ensinava todos os meninos da cidade a ler, escrever e contar (ensinava também o “manuscrito”, que era uma espécie de curso de pós-graduação, e a “Tabuada Grande”, a matemática superior). Como não houvesse na cidade escola média onde pudesse prosseguir os estudos, o próprio Lauro tomou a iniciativa de pedir a um primo seu, hoje falecido, ex– Bispo de Afogados, que o levasse para seminário salvatoriano de Jundiaí. Desta forma, passou cinco anos como seminarista. De volta ao Ceará, engajou-se no magistério secundário e casou-se com a neta de Agapito dos Santos, conhecido educador cearense, a professora Maria Elisabeth Santos de Oliveira Lima. Em 1945, obteve por concurso o cargo de Inspetor Federal de Ensino, função que exerceu por vinte anos, dez dos quais como Inspetor Seccional do MEC no Ceará. Formou-se em Direito em 1949, e dois anos depois, em Filosofia. Deixou o magistério particular para fundar o Ginásio Agapito dos Santos, iniciando, assim, sua carreira como “reformador”, característica básica de sua atuação como educador. Escreveu nessa época a obra “Escola Secundária Moderna”, que foi publicada pelo INEP a convite de Anísio Teixeira (1963), iniciando também seu trabalho com dinâmica de grupo e propondo o método psicogenético. Atualmente, Lauro é o diretor de Pesquisas do Centro Educacional Jean Piaget e vem se dedicando ao treinamento de professores, técnicos e empresários utilizando o método por ele elaborado, denominado Grupo de Treinamento para a Produtividade, que consta de seu livro “Dinâmica de Grupo no lar, na empresa e na Escola”. Além disso mantém-se ativo como escritor, tendo lançado o livro “Piaget: Sugestão aos Educadores” (1999) e “Dinâmica de Grupo” (2002). Em 1996, lançou “Para que servem as escolas?”, pela Editora Vozes, com grande sucesso de vendas. As histórias se misturam, como sempre acontece na biografia de figuras importantes de uma época, não podendo deixar de haver uma interdependência entre a vida do Professor Lauro e os acontecimentos mundiais, nacionais e internacionais. Assumem matizes especiais acontecimentos como a revolução de 64, no Brasil, que cassou seus direitos políticos e provocou uma transformação absoluta em sua vida e na de sua família. Foi, ao mesmo tempo, crise e oportunidade na medida em que levou à necessidade de que novos meios de subsistência fossem tentados, sendo criado o Centro Educacional Jean Piaget como proposta de aplicação do método psicogenético à Educação. A reunião de todo grupo familiar em torno desse projeto criou uma escola que, por décadas, sustentou e sustenta a aplicação das teorias de Jean Piaget em Educação, aprimorando o conceito de Educação pela Inteligência no mais elevado nível. A morte de Jean Piaget foi outro fato marcante na vida do Professor Lauro, que assistiu o desmonte do Centro de Epistemologia Genética de Genebra consternado. Ainda assim, animou-se a promover três congressos internacionais de educação piagetiana, trazendo dezenas de discípulos do mestre genebrino ao Brasil, para que expusessem a educadores brasileiros os movimentos na pesquisa científica internacional sobre o tema, em diversos países. O falecimento de sua esposa, Maria Elisabeth, abalou profundamente a todos, em particular o Professor Lauro, devido à mágica sintonia que unia ambos há muitos anos e que permitiu a cristalização de projetos que, de outra forma, teriam permanecido no campo das idéias. Hoje, os Oliveira Lima estão de alguma forma relacionados a atividades educacionais, como educadores, dirigentes, empresários, consultores ou colaboradores de empresas nacionais e estrangeiras. Ana Elisabeth (Beta) é a Diretora Superintendente do Centro Integrado Lauro de Oliveira Lima, empenhada em conduzir para o futuro a Escola “A Chave do Tamanho”, sediado no Rio de Janeiro, tendo na área administrativa a participação de sua filha Fabiana Elisabeth Santos de Oliveira Lima. Liliana Cláudia Santos de Oliveira Lima Kreimer participa da organização de eventos esporádicos da Escola. Giovana Maria Lima de Oliveira trabalha no serviço público e Adriana Flávia Santos de Oliveira Lima e Lauro Henrique Santos de Oliveira Lima são proprietários do Colégio Oliveira Lima, estabelecido em Fortaleza (CE). Frederico, o mais velho, faleceu recentemente nos USA, onde trabalhava como Consultor para empresas de grande porte, depois de brilhante passagem pela Xerox, dirigindo a área de Recursos Humanos. Ricardo Jorge Oliveira Lima e sua esposa, Eloísa, montaram o Dice English Course and Travel, escola de idiomas que utiliza o método psicogenético para o ensino de inglês. Autor de mais de trinta obras relacionadas a educação, e depois de ter escrito sobre sua terra (Limoeiro), o Professor Lauro, aos 81 anos (completados nesse 2002) continua a ser, do alto de sua riquíssima e proveitosa experiência, o melhor exemplo de uma máxima cunhada por ele mesmo: “Não se deve transformar a mediocridade em valor de vida”. Acompanhou o Professor Lauro na peregrinação rumo ao topo de sua carreira pública, desde Inspetor Seccional no Estado do Ceará (MEC) até a Diretoria do Ensino Secundário, em Brasília, para onde se mudou com toda a família. Acompanhou seu esposo também nos momentos desesperadores que se seguiram à Revolução de 64, quando o mesmo foi exonerado do cargo de Diretor da Diretoria de Ensino Secundário (abril de 1964), acusado de comunista e subversivo pelo regime militar, sendo aposentado compulsoriamente aos 43 anos de idade. Angústias não faltaram. Fugindo da repressão, o Professor Lauro viaja numa Kombi de Brasília até Fortaleza por estradas inacabadas, ou mesmo por locais sem qualquer estrada. Consegue chegar, mas é preso por três meses, sendo submetido a um rigoroso Inquérito Policial Militar por suas supostas atividades subversivas, tendo sido inocentado por absoluta falta de provas. No entanto, esse mesmo IPM leva a família a ter que se mudar para o Rio de Janeiro, onde os depoimentos eram tomados periodicamente. Empobrecidos ao extremo, os Oliveira Lima mudam-se para a casa de um dos irmãos de Dna. Elisabeth, Amílcar, que administrava uma pequena fábrica de charutos localizada no bairro do Andaraí. Por falta de melhores acomodações, foram colocados num pequeno quarto nos fundos da construção, junto ao depósito de fumo. Suas dimensões eram tão reduzidas que Dona Elisabeth dormia numa cama, com alguns de seus filhos menores trazidos com ela, enquanto seu marido dormia numa rede estendida sobre a mesma. Pela manhã, desmontavam a rede, arrumavam a cama e, enquanto Dona Elisabeth seguia para o trabalho que havia conseguido na FUNABEM (Fundação Nacional do Bem Estar do Menor), em Realengo, o Professor Lauro sentava-se à cama, com a máquina de escrever sobre os joelhos, para datilografar seu livro “Educar para a Comunidade” e escrever seus artigos. O sustento vinha desses pequenos bicos e do salário ganho no serviço público, mas isso não durou muito, na medida em que, descoberto o parentesco, Dona Elisabeth foi imediatamente demitida da FUNABEM. Persistente, conseguiu pelas suas qualificações o cargo de Diretora de um renomado colégio católico do Rio de Janeiro, mas em bem pouco tempo foi novamente foi demitida, sem nenhuma explicação - o que já explicava tudo. Corajosa e com o orgulho típico do nordestino, quase nada aceitou de seu pai, Alcides Castro Santos, próspero comerciante de Fortaleza, tendo preferido trazer para junto de si os filhos, alojado-os em condições precárias, mas mantendo a unidade da família e desenvolvendo em todos um senso de realidade que perdura pela vida afora, sendo uma das características marcantes de todos os Oliveira Lima. Como se diz popularmente, Dona Elisabeth vivia como os rios, que encontram sua maior força no momento da queda, transformando a adversidade em ações objetivas para a solução dos problemas. A família saiu do Andaraí e conseguiu um apartamento em Copacabana, onde todos os filhos encontraram colégio para a continuidade dos estudos, e paulatinamente a ordem se instaurou onde antes só havia o caos. Na retomada da ação rumo a reorganização da vida, é lançado em 1966 o livro “Escola no Futuro”, de autoria do Professor Lauro, que procura oferecer uma orientação para professores de prática de ensino. Desenvolve também o curso de Dinâmica de Grupo, e passa a viajar por todo o país, ministrando treinamentos para organizações, empresas, escolas e grupos interessados em criar equipes voltadas para a produtividade em alta performance. Em 1972, quando Jean Piaget autoriza por escrito o Professor Lauro a utilizar seu nome em uma instituição dedicada a experimentar as teorias desenvolvidas por ele na área de Educação, é criado o Centro Educacional Jean Piaget, no Rio de Janeiro, e uma nova fase se apresenta na vida dessa família que vem lutando pela sobrevivência nas condições mais adversas. Sob o comando de Dona Elisabeth, a escola se fortalece cresce continuamente, tendo sido alvo incessante do interesse da mídia, das universidades e demais instituições relacionadas a Educação pelo caráter inovador do método psicogenético, desenvolvido pelo Professor Lauro de Oliveira Lima e colocado em prática por ela e outros membros da família. A nota desagradável é a constante perseguição dos órgãos de repressão, sempre atentos aos movimentos da família e provocando todo tipo de incômodo, tentando inviabilizar o crescimento de algo que entendiam como sendo contrário aos interesses da Revolução. Na sua história de vida, consta ainda o estoicismo com que lutou contra o diabetes e o contínuo agravamento do estado de saúde através dos tempos, em decorrência de doença renal crônica, que a deixou nos últimos anos de vida com apenas parte de um dos rins. A disciplina com que cuidava de sua saúde sempre foi exemplo para todos. Realizada como profissional, esposa, mãe e mulher, restava ainda sua realização como avó, que deu-se rapidamente em virtude do crescimento da família pelos múltiplos casamentos que foram se sucedendo ano após ano. Cuidando da escola, tratava das questões administrativas, mas era constantemente cercada pelos netos e outros alunos, que a tinham na mais alta conta, pelo carinho que devotava a todos eles. Sem perder o senso de direção com relação aos interesses da empresa, e principalmente quanto a importância do trabalho do Professor Lauro, foi a grande mentora do Primeiro Congresso Internacional de Educação Piagetiana e Primeiro Congresso Brasileiro Piagetiano, que aconteceu no ano de 1980, no Hotel Nacional (RJ) e UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Entretanto, pouco antes da data do congresso, morre Jean Piaget, que seria o maior homenageado.

[editar]Formação Acadêmica

Aprendeu a ler, escrever e contar com o mestre-escola José Afonso, parte do curso primário com o professor Horácio Ferreira Rocha e parte no Grupo Escolar de Limoeiro do Norte.
[editar]Curso Médio
Seminário Salvatoriano – Jundiaí – SP – conclusão dos 5 anos CUMLAUDE Exame de Madureza (art. 100 lei Francisco Campos) – 1943 – Liceu do Ceará (1º lugar).
[editar]Graduação
  • Ciências contábeis e atuariais (orador da turma).
  • Ciências jurídicas e sociais – Faculdade de Direito do Ceará – Turma Centenário Rui Barbosa – 1949 (orador da turma).
  • Bacharel em Filosofia – Faculdade Católica de Filosofia do Ceará – 1951 (orador da turma).
  • Licenciatura em Didática – Faculdade Católica de Filosofia do Ceará – 1952.
  • Exame de Suficiência para a cadeira de Português – Faculdade Católica de Filosofia do Ceará – MEC – 1951.
[editar]Concursos
  • Concurso – DASP – para inspetor federal do ensino (1º lugar regional) – 1944.
  • Concurso para catedrático do Instituto de Educação do Ceará – 1959 (1º lugar).
  • Concursos de jornalismo: Jornal Correio do Ceará (uma reportagem) e Livraria Aequitas – Ciclops – (capítulos de um romance em série).

[editar]Nomeações Oficiais (Exercício em cargos públicos)

  • Presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito do Ceará.
  • Inspetor do Ensino Secundário do Ministério de Educação. Port. 139 – 1945.
  • Viagem à Europa (como aluno de Direito) designado em portaria ministerial – MEC – Diretoria de Ensino Secundário, para divulgar em Portugal a Organização do Ensino Secundário Brasileiro. O grupo compunha-se de 5 alunos e do prof. Antonio Martins Filho – 1949.
  • Membro do Conselho Estadual de Educação – 1954 a 1956 (recondução).
  • Presidente da Comissão Regional de Fortaleza do Fundo Nacional do Ensino Médio. Portaria nº 1019 – 1955.
  • Cadeira de Administração Escolar da Faculdade de Filosofia agregada à Universidade Federal do Ceará – 1955.
  • Inspetor Seccional de Fortaleza com Jurisdição no estado do Ceará – portaria nº 13 – 1955 e confirmado pela portaria nº 1118 – 1956.
  • Professor de Didática Geral e Fundamentos de Educação nos cursos da CADES – Curso de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário – MEC de 1955 a 1958.
  • Professor de Metodologia do Instituto de Educação do Ceará – 1957.
  • Cadeira de Pedagogia (interinamente) no Instituto de Educação do Ceará – 1958. Em caráter vitalício, em virtude do concurso em 1959.
  • 7ª reunião de Inspetores Seccionais – portaria nº 380 – 1958.
  • Professor de Didática Geral, examinador e orientador do CADES em Londrina. Portaria nº 1393 – 1959.
  • Membro do Conselho de Representantes da Escola Industrial de Fortaleza. Decreto de 27 de fevereiro de 1960 (nomeação do Presidente da República).
  • Cadeira de Psicologia Social para o Instituto Social de Fortaleza, agregada a Universidade Federal do Ceará – de 1960 a 1963.
  • Membro do Conselho Nacional de representação e consulta do Movimento de Educação de Base. Decreto do Presidente da República de 21/09/62, D.O. de 24/09/62.
  • Diretor do Ensino Secundário, decreto do presidente da república de 19/08/63, D.O. de 20/08/63. Jurisdição Nacional. Sede em Brasília.
  • Promoção como Inspetor Federal do Ensino Secundário. Decreto nº 58.741 de 28/07/66.
  • Membro do Conselho Estadual de Educação – RJ.
  • Membro do Conselho Estadual de Educação – RJ (recondução).

[editar]Atividades Empresariais (Ligadas a trabalhos intelectuais)

  • Secretário, chefe de internato, diretor administrativo, professor, orientador educacional do Colégio Fortaleza – CE – 1940 a 1945.
  • Professor de Latim e Português do Colégio Lourenço Filho – Fortaleza – CE – 1946.
  • Professor de Português, Latim e Francês do Colégio 7 de Setembro, em Fortaleza – CE – 1944 a 1950.
  • Fundador, diretor e professor do Centro Educacional Agapito dos Santos, escola com pré-primário, primário, ginásio e normal (promovendo uma renovação pedagógica do sistema escolar cearense) – Fortaleza – CE – 1952.
  • Membro do Instituto Cearense de Psicologia e Educação – 1959.
  • Membro do Clube do Advogado do Ceará.
  • Gerente da Editora Edições Trabalhistas – 1965/1966 – Rio de Janeiro.
  • Sócio Fundador e Diretor Técnico do CEAP – Centro de Estudos e Assessoria Pedagógica (a estabelecimentos de Educação) – São Paulo – 1966.
  • Sócio Fundador do IREP – Instituto de Reciclagem e Educação Permanente – São Paulo (depois de extinto o CEAP).
  • Conferência de temas de Psicologia Social, Pedagogia, Didática e doutrina piagetiana em todo o país – 1966 a 1998.
  • Editora Paidéia – com o objetivo de lançar no país as obras mais avançadas em matéria pedagógica.
  • Fundador do Centro Experimental e Educacional Jean Piaget – Escola A Chave do Tamanho (experiência de aplicações das teorias de Jean Piaget em educação) – 1972.
  • Atualmente, é diretor de pesquisas do Centro Educacional Jean Piaget e vem se dedicando ao treinamento de professores, técnicos e empresários utilizando o método elaborado por ele denominado Grupo de Treinamento para a produtividade, que consta de seu livros “Dinâmica de Grupo no Lar, na * Empresa e na Escola”.
  • Conferencista em Congressos e Cursos de 1970 a 2006.

[editar]Empreendimentos públicos e privados como perito e técnico

  • Reforma do ensino Normal do Ceará para o Instituto de Educação – 1958/59, na base de unidades de treinamento, pré-salário, estágio, integração de áreas de ensino, relação direta com o sistema educacional do Estado, treinamento pelas unidades profissionais (ver livro “treinamento do professor primário” que relata a experiência).
  • Trabalho em equipes no ensino (pioneiro) dando origem ao livro “Dinâmica de Grupo”.
  • Reforma da Secretaria de Educação do Ceará e levantamento da CARTA ESCOLAR DO ESTADO (Governador Virgílio Távora) – 1961.
  • Plano de Aplicação de recursos da USAID no Ceará.
  • Idealizou, dirigiu e ministrou aula no ANO VESTIBULAR, departamento da Universidade Federal do Ceará, experiência para substituir o exame vestibular – 1952.
  • Reforma do Ensino Militar (formação de oficiais)
  • Projeto de reforma do ensino primário apresentado ao Conselho Estadual de Educação.
  • JORNADAS PEDAGÓGICAS nas principais cidades do interior do Estado do Ceará com a equipe “piagetiana” (Capitaplanas) que ministrava, por designação da CADES – MEC os cursos de aperfeiçoamento do magistério – 1955/1958
  • Pesquisa em cerca de 10.000 provas ministradas no curso ginasial de todos os estabelecimentos médios do Ceará.
  • Planejamento e administração da primeira campanha de alfabetização em massa (Plano de Emergência do MEC), distribuição da biblioteca mirim da professora primária (MEC).
  • Seminários, encontros e mesas redondas de professores de ensino médio, durante 9 anos na direção da Inspetoria Seccional do Ceará e criação de Clubes de Professores por Disciplinas.
  • Agenda de realização do ano letivo para todos os estabelecimentos de ensino médio do Ceará.
  • Encontros anuais de diretores de estabelecimentos de ensino.
  • Criação dos CLUBES DE CIENTISTAS DE AMANHÃ em conexão com o IBECC.
  • Fundação dos Clubes e Centros de Ciências em todas as Inspetorias Seccionais, dirigidos por professores treinados no IBBEC, abrangendo todo sistema escolar da região.
  • Criação dos CENTROS FEDERAIS DE CULTURA que concentrariam todos os recursos federais de educação (mini-ministérios com representação de todos os órgãos do MEC).
  • Criação do GINÁSIO MENOR constituído pelo núcleo comum – primeira e segundas séries ginasiais (solicitação de centenas de prefeituras conde não havia ginasianos).
  • Treinamento de 40 (quarenta) representantes das inspetorias seccionais para iniciar em suas localidades um trabalho de promoção de utilização do radio e TV com sentido educativo.
  • Planejamento do Centro de Recursos Áudio-Visuais em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.
  • Criação do Boletim Informativo para o intercâmbio de informações pedagógicas de todas as inspetorias seccionais do Brasil.
  • Preparo de um roteiro de todas as oportunidades educacionais do país.
  • Estimulação de criação de Colégios Universitários (da idéia do ANO VESTIBULAR).
  • Promoção das Escolas de Comunidades (expressão depois utilizada pelos ginásios da Campanha de Educandários Gratuitos).
  • Implantação do SISTEMA DE EDUCAÇÃO MÉDIA DE BRASILIA (mudança da capital) para isto:
    • Recrutamento de pessoal em todo o país;
    • Seleção e treinamento do pessoal recrutado (Rio de Janeiro e Brasília);
    • Planejamento do sistema com a própria equipe escola polivalente;
    • Planejamento do Curso Normal pelo modelo da reforma do Ensino Normal do Ceará;
    • Planejamento do centro Integrado de Educação Média da Universidade de Brasília, em 1963 (funcionou alguns anos);
    • Esboço do plano da Faculdade de Educação das Universidades.
  • Reforma do Ensino Médico – 1968 – solicitação da Faculdade de Medicina de São Paulo.

[editar]Condecorações

  • Grau de Grande-Oficial do Corpo de Graduados Especiais da Ordem Nacional do Mérito Educativo – Ministério da Educação e do Desporto – 1993.
  • “Comenda do Centenário” – Prefeitura Municipal de Limoeiro do Norte – 1997.
  • Medalha Justiniano de Serpa – decreto estadual nº 27.333/Ceará.
  • Cidadão Carioca – Câmara dos Vereadores/RJ.
  • Doutor Honoris Causa – concessão feita pela Universidade Federal do Ceará.
  • Medalha Prof. Otávio Lobo – Ceará.
  • Cidadão Fortalezense – Câmara dos Vereadores/CE.

[editar]Atividades Jornalísticas

  • Artigos sobre a problemática sócio-educativa.
  • Diário de uma excursão na Europa.
  • Diário da permanência em Brasília por ocasião da implantação do sistema de educação média.
  • Colaboração para as revistas de educação Ensino Secundário (Dir. Ens. Séc.), Revista do INEP, Boletim dos Inspetores (SP), Educação Hoje, Visão, Paz e Terra, revista da Associação Brasileira de Educação, Atualidades Pedagógicas e outras revistas de divulgação nacional.
  • Autor de 32 obras de Educação e Psicologia Educacional sendo algumas traduzidas para o espanhol circulando nos países da América Latina e Europa.
  • Pesquisa histórica, de oito anos, sobre Limoeiro do Norte que gerou o livro “Na Ribeira do Rio das Onças”.
  • Colaboração no Jornal do Brasil (Jornal do Professor)/RJ
  • Colaboração Correio do Amanhã – RJ
  • Colaboração Jornal O Povo – CE

[editar]Obras

[editar]Colégios fundados

  1. Ginásio Agapito dos Santos, hoje extinto. [1];
  2. Escola "A Chave do Tamanho" colégio ainda existente e que visa a aplicação do Método Psicogenético à Educação.

[editar]Bibliografia

  1. LIMA, Lauro de Oliveira. Conflitos no lar e na escola: teoria prática da dinâmica de grupo segundo Piaget. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. 201 p., il. (Ciências da Educação).
  2. LIMA, L. O. Treinamento em dinâmica de grupo: no lar, na empresa, na escola. Petrópolis: Vozes, 1982. 466 p., il., tab. Bibliografia: p. 459-463.
  3. LIMA, L. O. Educar para a comunidade. Petrópolis: Vozes, 1969. 89 p. (Educar para a vida, 3).
  4. LIMA, L. O. Escola no futuro: orientação para os professores. Petrópolis: Vozes, 1979. 301 p.
  5. LIMA, L. O. Uma escola piagetiana. Rio de Janeiro: Paidéia, 1981. 78 p., il.
  6. LIMA, L. O. Estórias da educação no Brasil: de Pombal a Passarinho. Rio de Janeiro: Brasília, [s.d.]. 363 p. (Coleção Pedagógica).
  7. LIMA, L. O. A hibernação do tritão ou a falta de conteúdo. Rio de Janeiro: Centro Experimental e Educacional Jean Piaget, 1984. 21 p. Apresentado no 1º Congresso Internacional de Educação Piagetiana e no 2º Congresso Brasileiro Piagetiano.
  8. LIMA, L. O.; LIMA, Ana Elisabeth Santos de Oliveira. A juventude como motor da história: abertura para todos os possíveis. Rio de Janeiro: Paidéia, 1980. 119 p.
  9. LIMA, L. O. Mutações em educação segundo Mc Luhan. Petrópolis: Vozes, 1971. 63 p., il. (Cosmovisão, 1).
  10. LIMA, L. O. Pedagogia: reproduçao ou transformação. São Paulo: Brasiliense, 1984. 110 p. (Primeiros vôos, 9). Inclui bibliografia.
  11. LIMA, L. O. Por que Piaget?: a educação pela inteligência. São Paulo: SENAC, ADMINISTRAÇÃO REGIONAL NO ESTADO DE SÃO PAULO, 1980. 46 p., il. (Documentos de Trabalho, 7).
  12. LIMA, L. O. Tecnologia, educação e democracia. Rio de Janeiro: Civilização, 1979. 202 p., il. (Coleção Retratos do Brasil, v. 41).
  13. LIMA, L. O. Tecnologia, educação e democracia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1965. 202 p., il. (Retratos do Brasil, v. 41). BBE.
  14. LIMA, L. O. A escola secundária moderna. Rio de Janeiro: Vozes, 1976. 670 p.
  15. LIMA, L. O. Conflitos no lar e na escola: dinâmica de grupo. Petrópolis: Vozes, 1988. 198 p.
  16. LIMA, L. O. O impasse na educação: diagnóstico, crítica, prospectiva. Petrópolis: Vozes, c1969. 832 p., il.
  17. LIMA, L. O. Introdução à pedagocia. São Paulo: Brasiliense, 1983. 118 p. (Primeiros vôos, 21).
  18. LIMA, L. O. Os mecanismos da liberdade: microssociologia. São Paulo: Polis, 1980. 376 p.
  19. LIMA, L. O. A construção do homem segundo Piaget: uma teoria da educação. São Paulo: Summus, 1984. 151 p. (Novas Buscas em Educação, v. 8).


pensamentos pedagogicos parte 3

Acreditamos que não existe, literalmente, uma pedagogia “piagetiana”, visto que Piaget não se ocupou diretamente disso, porém, afirmamos que suas descobertas são tão relevantes para a educação, que legitimam um método pedagógico que assim pode ser denominado. Aqueles que quiserem  conhecer um pouco das preocupações pedagógicas do próprio Piaget, devem recorrer ao seu belíssimo livro em forma de ensaio, Para Onde Vai a Educação ? (Piaget,1998)
Lauro de Oliveira Lima permanece fiel às descobertas do mestre, mas ao mesmo tempo, o ultrapassa, no que diz respeito aos domínios da Pedagogia. Piaget nunca se denominou como Educador. O próprio Piaget diz, “é como experimentador e não como praticante que gostaríamos de falar aqui de pedagogia.”(Piaget;1994:245). Porém, num grande paradoxo, a sua explicação sobre o desenvolvimento da inteligência na criança é essencial para sustentar uma atuação consciente dos educadores. A descoberta dos estágios do desenvolvimento intelectual (Piaget;1978) é um marco histórico na educação. Sua contribuição foi fundamental para que se começasse a delinear um embasamento científico para a pedagogia. Piaget é responsável por uma das mais completas e complexas explicações sobre a psicologia da criança; pontuou a escalada da gênese da inteligência no ser humano.
O professor Lauro de Oliveira Lima, a partir de Piaget, cria um modelo pedagógico denominado método Psicogenético. Estes princípios pedagógicos foram desenvolvidos em longos anos de pesquisa na escolinha Chave do Tamanho. Gostaríamos de pensar as concepções de Lima consideradas, segundo o viés da perspectiva crítica da Educação. Acreditamos que esta pedagogia, sendo ou não seu propósito, incentiva a evolução e transformação das relações sociais.
Considerando os pensamentos de Piaget sobre Para Onde Vai a Educação (Piaget,1998), entendemos que a impulsão criteriosa do desenvolvimento de todas as potencialidades que permitem a transformação, de cada um e do mundo que nos cerca, chama-se Pedagogia. Esta definição nos parece extremamente crítica, já que nessa época o ideal de educação para todos, de educação para as massas considerava que educar era somente ensinar a ler e a contar. Precisamos lembrar que, antes de tudo, essa vontade de “educar” as massas não era ato de benevolência das elites, mas sim uma exigência do sistema produtivo capitalista. Também não podemos esquecer que desenvolver a leitura e o cálculo é muito pouco perante ao objetivo da educação piagetiana : “desenvolver todas as potencialidades”.
Estudando-se Piaget, aos poucos, revela-se sua perspectiva política. Lembremos Henry Giroux, autor com o qual muito nos identificamos politicamente. É importante ressaltar sua definição crítica de pedagogia, pois esta definição será um referêncial para nosso trabalho:


“ A pedagogia, em seu sentido mais crítico, ilumina a relação entre conhecimento autoridade e poder(...)Ela chama atenção para as formas pelos quais o conhecimento, o poder, o desejo e a experiência são produzidos sob condições básicas e específicas de aprendizagem.” (Giroux;1995:138).


Precisamos nos situar na pedagogia, demonstrar nosso posicionamento político, pois acreditamos que o engajamento é uma atitude saudável e necessária à transformação das desigualdades sociais. Porém, abominamos o convencimento unilateral, a doutrinação ideológica, o fanatismo de qualquer espécie. Queremos viabilizar novas opções, então não deixaremos de criticar esse velho modelo educacional praticado na maioria das escolas, aquele que, de um modo geral, apenas condiciona, não incentivando o verdadeiro desenvolvimento da inteligência. Esse sistema escolar parece  reproduzir a dominação e a submissão, ao invés de exercitar a liberdade, através da deliberação coletiva e da vivência através da cooperação.
Após analisarmos as práticas pedagógicas oriundas de Piaget e seu discípulo brasileiro, Lauro de Oliveira Lima, trataremos dos desdobramentos políticos resultantes do paradigma no qual está situada a obra construtivista e interacionista de Piaget. Nessa parte do trabalho, a responsabilidade será grande para nós, visto que as ponderações políticas, tanto de Piaget como de Lima, nunca tem tom de patrulhamento ideológico. Este não é o estilo destes autores. Por isso nos atraem, pois primam mais pelo desafio, pela provocação pedagógica, aquela que motiva o raciocínio crítico. Estes autores provocam, pedagogicamente, desequilíbrios conceituais que nos desconfortam e, justamente por isso, instigam uma reorganização do nosso pensar, de nossa visão de mundo.
Nos propomos, com certa audácia é verdade, a esclarecer os pontos que nos parecem fundamentais para estabelecermos uma pedagogia científica e ao mesmo tempo, consciente da necessidade de seu engajamento para alterar a estrutura política e econômica de nossa sociedade.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

pensamentos pedagógicos parte 2

Precisamos desvelar quais são os princípios teóricos disseminados pelas escolas na atualidade. Precisamos construir novos caminhos na educação, novas pedagogias que dêem conta dos vários aspectos que devem ser trabalhados no ser humano. Nossa proposta é fazer da escola um laboratório prático de democracia. 
Nesse ensaio teórico gostaríamos de afirmar a relevância da teoria de Piaget e Lima para podermos realizar um projeto pedagógico que rompa com o senso-comum na educação. Desse modo, um dos principais objetivos desse estudo consiste em confirmar a relevância dos desdobramentos político-pedagógicos sustentados pela obra de Jean Piaget e de Lauro de Oliveira Lima. As explicações e aplicações pedagógicas que iremos abordar são orientadas pela descoberta desse Epistemólogo. Tais desenvolvimentos foram trabalhados no Brasil com o auxílio indispensável de um grande educador, o professor Lauro de Oliveira Lima. Lima, que, como iremos ver, revela as profundas consequências da concepção piagetiana, principalmente, para a educação.
Utilizaremos, preponderantemente, as considerações de Lima e Piaget para sustentar nossas colocações, mas também contaremos com as reflexões de Freire, que com certeza, foi essencial para ampliarmos nossa visão sobre a natureza do processo educativo. Recomendamos os estudos destes autores para todos aqueles que desejam se situar dentro de um paradigma crítico da educação.    
Inicialmente, trabalharemos no sentido de levantar alguns dos princípios de uma educação fundamentada em Piaget. Num outro momento, iremos abordar os desdobramentos políticos, o cunho sociológico de uma perspectiva educacional piagetiana. Tal perspectiva, política e pedagogicamente, se apóia  nos estudos de Piaget sobre o desenvolvimento moral no homem. Já Lima se sustenta na perspectiva da obra interacionista de Piaget e a partir dela, sustenta uma coerente proposta pedagógica, que também abrange, necessariamente, uma transformação nas relações sociais. Escreve o próprio autor, na epígrafe de seu belo livro, Os Mecanismos Da Liberdade:


“Resistindo à tentação terapêutica, mantivemos nossa reflexão e nossa prática com relação à dinâmica de grupo. Em torno de uma reformulação global e permanente das relações sociais, retomando, em nível científico, a antiga utopia3 Fundamentalmente, tudo é, apenas uma aplicação das teorias de Piaget (Lima;1980:3).
  


3 O grifo é nosso.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Criança, A Alma do Negócio

pensamentos pedagógicos parte 1


Existe uma forma de educação por nós denominada de educação libertária. Ela busca o equilíbrio entre as vontades individuais e as vontades do grupo, através da deliberação coletiva. Acreditamos que liberdade é agir de acordo com as nossas vontades, considerando também a vontade dos outros. Liberdade é não abrir mão de nossa individualidade. Liberdade também é ceder em função do outro, da coletividade. A liberdade, sem dúvida, depende de um equilíbrio frágil e dinâmico.
Nossa forma de intervenção pedagógica se caracteriza pelo exercício da liberdade na escola. Acreditamos que só se aprende a ser livre quando possuímos os pressupostos essenciais da liberdade. Para nós a liberdade é uma construção, que para se efetivar, depende do “desenvolvimento de todas as potencialidades”1. Nenhum ser humano nasce livre. Ele  nasce dependente e pode, ou não, se tornar um homem livre.
Acreditamos em pressupostos para liberdade. O principal deles, talvez seja a inteligência. Inteligência traz o discernimento, a inteligência é a “abertura para todos os possíveis”2. Para ter livre capacidade de escolha entre as milhares de possibilidades que temos diante das situações, precisamos de certas estruturas mentais, de certo desenvolvimento mental. Precisamos saber ordenar, seriar, classificar, excluir, incluir...
Sim, a democracia também tem seus pressupostos. Na medida em que a democracia é um processo inteligente de negociação dos conflitos, precisamos, necessariamente, ter capacidade de descentração. Capacidade de se colocar em outro ponto de vista que não o nosso. Na verdade, acreditamos que a maioria dos conflitos entre as pessoas é resultado da intransigência, que se caracteriza pela incapacidade de se compreender o outro, o diferente. Para isso é preciso nível de desenvolvimento mental, conforme Piaget. (Piaget,1994) .  
Mas não estaríamos enganados quanto à existência de um pressuposto (desenvolvimento mental)  para a liberdade, para a vida em coletividade ? Ora, afirmamos que embora tenda à liberdade, o ser humano não é livre por natureza; precisa construir, gradualmente, necessita conquistar sua libertação, a história da humanidade confirma essa afirmação. Para alcançar a autonomia devemos percorrer uma longa caminhada.
Considerando que podemos aprender a ser livres, assim como podemos aprender a ser submissos, pensamos que a escola tem a obrigação de instigar o desenvolvimento mental, tendo em vista a construção da autonomia do aluno. Afirmamos, que desde pequeno, a criança deve exercitar a liberdade nas escolas. Assim como podemos aprender a cooperar, também podemos aprender a dominar, através da coação. Tudo é uma questão de como as atividades são organizadas e orientadas pelos educadores. Logo a questão é de ordem qualitativa. E então, que qualidade, que tipo de educação vem sendo ensinada na maiorias das escolas ? Nossa escola, de uma maneira geral, ensina a criatividade ? Estimula a inteligência ? Ensina a cooperação ? Ou ela estimula o individualismo, a competição, a coação ? A escola vem ensinando, de uma maneira geral, a liberdade ou a dominação ? Estas são questões que muito nos interessam.


1  Ver: Piaget, Para Onde Vai a Educação ? (1998). 
2 Ver Lima e Lima, A juventude como motor da história: “abertura para todos os possíveis”;1980.